Flechas de um Cupido.

Flechas de um Cupido.
(Sávio Assad)

Acerta essa flecha em meu coração,
quero gritar aos quatros cantos que
não sou vazio, que vivo para amar.

Sangra esse ser pulsante, que quer
sair do meu peito e se mostrar na sua
plenitude de sonhos e encantos.

Transpassa e passa essa dor mortal,
de uma pessoa oca, sem pretensões,
sem um porto para ancorar e viver.

Acerta essa flecha em meu coração,
e a explosão acenderá seus olhos
e eles me verão a te olhar.


ROUBO EM MINHA TELA.

ROUBO EM MINHA TELA.
(Sávio Assad)

Olhos fixo em minha tela te vejo
assinando meu poema, silencioso
sem medo de ser pego, sem medo
de me olhar nos olhos e me ver.

Olho o seu sorriso irônico, desferindo
uma bofetada em meu rosto, espantado
esbravejo com a tela que te vejo e lamento.
lamento ver seu nome fazendo sombra ao meu.

Mas você não me enxerga, me ignora e
assim vai assinando meus poemas,
arrancando meus sonhos, meus pensamentos...
Mas tenho certeza que você nunca vai viajar no tempo,
ultrapassar barreiras dos sonhos e voar
sobre o horizonte, por onde andei.

Niterói - RJ - 09/7/2009
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1691597

Minha Gueixa.

Minha Gueixa.

(Sávio Assad)


Gueixa de olhos tristes e calada

Vela meu corpo nu sobre a cama

Depois de uma noite de amor.

Suporta meu silêncio


Depois de saciar minha sede

De gozo e prazer.

Aquece meus pensamentos pecaminosos

Numa fúria de paixão e ardor.


Supera as revoltas de meu coração

Com suas delicadas mãos de seda

E me trás a realidade.



Niterói - RJ - 18/08/2007

http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/612412

Tempo de Abandono

Tempo de Abandono
(Sávio Assad)

Eu calado e você também,
sem nenhuma explicação
nos fechamos e atamos os nós.
Nós solitários, nós de nós mesmos.
Arrancamos com garras de ferro o afeto,
destinado aos amantes.
Expulsarmos os desejos de nosso corpo,
que agora vivem inertes no abandono
de um dia de outono.
O prazer da tua língua em meu corpo já não existe,
se calaram no caminho,
perdido em ruelas de desilusão.
Nos abandonamos ao relento,
sem querer saber do pensamento insano.
Somos culpados, culpando o tempo.
E o tempo, esperando...
Esperando no avançar dos minutos,
para sumir no século do abandono.

Niterói - RJ - 29/03/2009
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1512373

Estarei no seu pensamento.