
(Sávio Assad)
Caminhando, sigo meu caminho e na
sofreguidão de encontrar um atalho,
talho meus pés nesses espinhos.
Doloridos passos eu dou, rasgando
minha carne.
Meu corpo todo se envolve nesse
torpor, insustentável e medonho.
Sentimentos brotam em minha pele,
nua e sem preconceitos.
Pernas bambeiam, músculos se contraem,
num espasmo de um único sacrifício.
E os espinhos a me espreitarem, a
penetrar o meu corpo, a fazerem sentir
o profundo suspiro da minha alma. E
assim arfando aos grito me sustento,
me olho e grito seu nome.
E ao entardecer de meu destino atino
para um momento de precisão
contínuo, onde a gota d'água espalha
seu reflexo, refletindo meu rosto no
seu espaço de pensamento.
Niterói - RJ - 12/03/2010
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/2135392
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