Erupção.


Erupção.
(Sávio Assad)
Algo queima dentro de mim,
um fogo se alastrando e me consumindo,
que chega a minha cabeça, esquentando
meus pensamentos me deixando tonto.

Algo queima dentro de mim,
ressecando minhas vísceras, me impedindo
de respirar. Assim turvando minha vista
e me perdendo de sua imagem linda.

Algo queima dentro de mim,
sufocando minha voz, que te chama
a todo momento e lamentando sua
ausência silenciosa, ao meu lado.

Algo queima dentro de mim,
mas... eu resisto e respiro profundamente
olhando os vestígios da sua imagem, ainda
impressa no meu corpo latente.

Niterói - RJ - 24/04/2010

http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdesaudade/2217423

Choque Molhado.

Choque Molhado.
(Sávio Assad)

Chove chuva, lava esse corpo cansado,
molhado do suor, do trabalho árduo
construindo aos poucos o que possuo.

Lava essa terra já seca das angústias
passadas no clarão dos rostos pesados,
sem ter como alimentar seus filhos.

Lava a alma deste pobre coitado que,
olhando para o céu, já não sabe o que
pedir a Deus, só suplica por paz.

Lava meus pés, mas não tira a terra debaixo deles.
Não tira a pouca luz que trago no meu olhar
já tão perdido, nessa imensidão que chamamos de terra.

Niterói - RJ - 10/04/2010


http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/2188544

A Fada.


A Fada.

(Sávio Assad)

Toque meu corpo em chamas,

que grita por sua mãos de fada.

Beije meus lábios, profundamente

e mente, falando que não gostou.

Olhe minha alma, feliz

e penetre nos meus olhos fechados.

Toque meu peito e sinta o ardor

dos seus seios, arfando e desejando.

Cole suas pernas as minhas

e essa chama nos consumirá para sempre.

Niterói - RJ - 27/03/2010

http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/2163031