PRATEADA

Prateada.
(Sávio Assad)

Pinta, passa este pincel no meu corpo nu,
me faz sentir o frescor da cor do pecado
invadindo todo o meu ser, sendo real.

Alisa este corpo sereno e me deixe entrar
em erupção, pegando fogo aos poucos,
soltando labaredas pelos olhos.

Louco, grita meu nome, bem alto,
quero explodir em mil partes e reparte
esse sentimento de puro tesão.

Pinta, quero cintilar aos seus olhos
e me refletir na sua retina já ensandecida
de amor, ardor e de pura sedução.

Niterói - RJ - 25/11/2009

http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1944463

Nasci para ti.

Nasci para ti.
(Sávio Assad)

Embora o amargo da minha língua
ainda sinta esse gosto de fel.

Embora as estrelas já não brilham
tão intensa, neste céu imenso.

Embora tu me abandonaste no meio
do caminho espinhoso e distante.

Nasci para estar ao seu lado e
lado a lado caminharmos juntos,
neste destino inexplicável da vida.

Niterói - RJ - 20/11/09
Tem um anjo na minha rua.
(Sávio Assad)

Acho que vi um anjo na minha rua, sereno a cantar.

Sua pele irradiava uma luz suave, e levemente fitei
seus olhos e sentindo alguma coisa me invadindo
sorri, meio opaco, meio bobo, mas... sorri.

Seus cabelos por lavar, mostrava o abandono de sua
família. Ele sorria e cantava, olhando a natureza de
mais um dia ensolarado, ensopando sua roupa de suor.

Suas mão de pedinte, pedia carinho, amor e esperava.
Esperava por uma palavra que não chegava, mas lutava
para que o pessoal o visse e lhe desse atenção.

Meus pés colaram no chão, meus olhos perplexos
não conseguiam se desviar, meus pensamentos
voavam a procura de uma resposta e não encontrava.

E em meio ao barulho do transito, ouvi sua voz a
me chamar, pego por um estalo, cheguei ao seu
lado e a única coisa que ele me disse devagar foi.
Sabia que você me reconheceria e te esperava.

Niterói - RJ - 22/11/2009

http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1938635

A mulher dos meus encantos!

A mulher dos meus encantos!
Sávio Assad

Quem é você, dama sem máscara,
que me encanta com seus traços finos,
olhos cor de mel e pele macia,
me impulsionando a sentimentos ocultos
e me levando aos seus braços suaves,
sobre o brilhar de uma lua prateada.

A mulher de meus pensamentos puros,
que rouba a minha calma, me colocando
em conflitos amorosos e sedentos.
Sem pena de me fazer seu escravo e eu
sem pena de me escravizar.

Que se supere sempre, ocupando cada
lacuna de meu destino e sugando a energia
guardada no meu peito, me desfalecendo
de amor e êxtase, por seus encantos.

Uma mulher de corpo inteiro
remexendo meu eu e ativando os
sentidos, contidos e escondidos.

Uma mulher que satisfaça meus delírios,
sonhos e desejos, que me ensine a arte de amar
e de desejar uma alma gêmea, sabendo se deliciar nas
canduras do amor, do carinho e do sentimento
mais puro e desejado.

Ser delicadamente uma dama
com seus gestos delicados e sentimentos
arrebatadores.
Ser delicadamente uma prostituta
me matando de desejos, onde corpos envolto
em lençóis de linho tremula ao sabor do amor.
satisfazendo nossos desejos de pele e
de alma, num gozo eterno e sereno.

dedicado a você que arrebatou meu coração.

Corali não mora mais aqui.

Corali não mora mais aqui.
(Sávio Assad)

Nesta manhã acordei um pouco sonolento,
talvez por não ter dormido direito,
ou por ter perdido o sono repentinamente.
A dor ainda insiste em latejar, dentro do meu peito
e eu me recuso a me curar.

Depois de uma longa parada na soleira da porta,
mirando o horizonte
estonteante desta manhã de sol,
me pego com os olhos rasos d'água,
pensando e a dor latejando.

Transpassando o tempo, de tempo em tempo,
me sinto pequeno e sem propósitos
a somar no meu destino,
já tão amargo quanto o sabor de meus próprios lábios,
ao roçar de minha língua sedenta.

O vazio já se instalou no recinto
e sinto o eco de meus pensamentos
a me perseguir entre paredes de pura tenção,
num frenesi incomparável
e na doce ilusão do seu pensamento,
penso em nós dois, sozinhos.

Ninguém sabe qual será o nosso destino
e nem eu tenho esta pretensão em saber,
pretendo sim lançar mão da borracha
e apagar as pistas deixadas para trás.
Olhando o banco vazio se distanciar,
lentamente, calmamente e perigosamente.

Niterói - RJ - 12/11/2009

http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1920457

Enigma.


Enigma.
(Sávio Assad)

Quem te escreve, sou eu, que pertenço as suas entranhas
e caminho na sua imaginação,
em silêncio profundo, sem medo.

Eu que te pertenço, sem você saber
e sei que me ignoras no seu pensamento,
querendo não me pertencer.

Sou a sombra tardia dos seus pensamentos mais remotos
e das suas agonias mais profundas,
onde me deleito a espreitar.

Minhas mãos segura seu coração latente
e vibra a cada emoção vivida,
apertando-o serenamente, calmamente.

Me perco nos seus passos largos
a caminho de uma esperança e me refaço,
rindo da lentidão da sua volta derrotada.

Me pego olhando seu rosto, ora sorrindo, ora séria
e sinto seu hálito invadir o meu,
atordoada, perdida.

Não, não pense em me arrancar de dentro de você,
pois arrancarás sua alma
e cairás, sem sentidos.

Assim, porém, me encontrarás
e então verás que sou você mesmo,
um pequeno enigma dos seus sonhos.

Niterói - RJ - 06/11/2009

http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1909256

Feitiço

Feitiço.

Já que o feitiço vira contra o feiticeiro,
Farei um feitiço maneiro e cheio de flores,
e te amando seremos os ganhadores.

Sávio Assad
Niterói - RJ - 2009